Abuso sexual violenta o corpo e a alma

No ultimo dia 21, um dia após a apresentadora Xuxa Meneghel ter revelado sofrer abuso sexual na infância, duas crianças - uma de seis e a outra de 11 anos - foram abusadas sexualmente dentro do Hospital Conceição  em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul por Ivanir Rodrigues Moreira, um homem de 31 anos, que é auxiliar de serviços gerais de uma empresa de limpeza a serviço do hospital. Ele foi preso em flagrante e ainda assim negou o fato.  [Só este ano já foram registradas 34.142 denúncias de abuso sexual. (Fonte: Secretaria de Direitos Humanos)].  Vale-me comentar que a grande maioria das crianças abusadas sexualmente tem medo de relatar o acontecido por pensarem que sua palavra de nada vale diante a de um adulto. É assim mesmo, no silêncio brutal que machuca e maltrata o menor constrói sua vida levando consigo a marca irreparável da violação. Foi o que aconteceu com Xuxa que disse em sua entrevista: “Eu sei o que uma criança sente. A gente sente vergonha, acha que a gente é culpada.” Aplaudida e também criticada por muitos a apresentadora pode ver seu nome estampado nas  redes sociais e veículos de comunicação no que se refere ao tema. Não era pra menos, mas a intenção da eterna rainha dos baixinhos não era se promover não, como muitos disseram, até porque cai entre nós, ela nem precisa disso. A real intenção era alertar que a pedofilia está bem diante do nosso nariz e não faz acepção de pessoas não. É o padre, o padeiro, o vizinho, o irmão, o tio... Criticá-la chega a ser desumano, quem somos nós para saber o que ela passou e quais os conflitos internos que a mesma enfrentou para só agora permitir-se fazer tal revelação? Eu, ao contrário de outros, achei a atitude da apresentadora digna e nobre denotando a intenção de alertar sobre tais monstruosidades. Se fez certo ou errado não cabe a ninguém julgar, mas se ao invés de criticarmos regaçarmos as mangas e nos engajarmos na mesma luta que ela, certamente viveremos num mundo melhor. Porque dessa vez foi em um hospital, mas pode ser na escola ou na própria casa da vítima. E agora mesmo enquanto você critica uma criança bem debaixo do seu nariz pode estar a sangrar por dentro.

Preconceito carece de pena

Na ultima quarta-feira (16), a sentença proferida pela juíza Mônica Aparecida Bonavina Camargo, da 9ª Vara Federal Criminal em São Paulo condenou a ex-estudante de Direito Mayara Petruso, a um ano, cinco meses e 15 dias de reclusão pela seguinte mensagem preconceituosa e de incitação à violência contra nordestinos em sua página numa rede social: “Nordestisto [o erro gráfico foi mantido] não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado”. No entanto a pena foi convertida em prestação de serviço comunitário e pagamento de multa. O Ministério Público julga a pena insuficiente e vai recorrer da decisão. Em sua defesa Mayara diz estar arrependida do que fez. Pois é, eu já esperava pelo tal arrependimento da condenada. Mas eu penso também que já é tarde para arrependimento. Preconceito é nojento, ridículo e ignorante. Mas a ignorância, historicamente falando, pertence aqueles que não têm acesso à informação e a cultura, o que não parece ser o caso de Mayara. Postagens como essa de mau gosto ocorre com bastante frequência nas redes sociais movidas pela alienação e insatisfação do ego dos que não conseguem viver em sociedade respeitando as diferenças. Agora é de se admirar que ao estudar Direito, Mayara fez a coisa errada. Faltou-lhe informar também que a terra onde a mesma reside foram nordestinos que ajudaram a construí-la, e que o Nordeste é uma das regiões cuja cultura é ricamente desenvolvida e expressada o que acrescenta ao nosso país excelência por agregar tais estados. Ela também desconhece, eu creio, os grandes nomes da nossa literatura, da nossa música, de nossas artes nascidos no Nordeste. E independente de ser nordestino ou paulista, branco, negro, índio, somos uma mistura que dá certo e seja lá qual for a região que estamos inseridos, pertencemos a mesma nação. E se fizemos parte de um país com liberdade de expressão e que assegura a laicidade e as livres escolhas, o preconceito se torna tão abominável que carecem de pena aqueles que o praticam.

Parabéns à você MÃE!

E que você possa comemorar não só hoje mais sim todos os dias da sua vida. 

Sintam-se também hoje homenageados todos aqueles que exercem o papel de mãe na vida de alguém. Sejam eles pais, avós e avôs, tios e tias...

Sejam eles presentes ou ausentes por algum motivo de força maior no convívio diário, mas que estão sempre - ainda que distantes -  olhando por seus filhos.

Que a palavra MÃE signifique mais do que o simples fato de gerar uma vida, mas sim a participação efetiva no cotidiano dos que tem como filhos e a eles confira todo o amor incondicional.

Cinto de castidade em pleno século XXI

Você acredita que um homem foi condenado a dezoito anos de prisão por ter levado a ex-mulher a um matagal onde ela foi estuprada, mutilada e obrigada a usar um cinto de castidade feito de arame. O caso ocorreu no Vale do Itajaí, aqui em Santa Catarina. Foram 45 dias de sofrimento até o ex-marido da vítima ser preso. Um fato como esse extrapola a razão humana não é mesmo? Em pleno século XXI um homem ainda usa de sua força e mutila sua ex-mulher para que ela use um cinto de castidade pelo prazer de saber que ela só fará sexo com ele. Será que ainda existe humanidade dentro de nós? Somos animais e da pior espécie, pois calculamos milimetricamente aquilo que fazemos e temos feito muita porcaria. Um ato medieval como esse é inescrupuloso, sujo de mais, um verdadeiro escárnio à dignidade. Já chegamos ao fundo do poço e estamos cavando na pedra. Nossa ignorância alcançou seu máximo e está estampada em nossa cara, assim naturalmente. Começo a pensar que tudo está perdido e me envergonho da minha raça. Não temos mais limites, nos achamos os donos da verdade, alimentamos nosso ego a qualquer preço e nos julgamos corretos. Somos vorazes, inconsequentes e monstruosos. E por conta disso estamos exterminando uns aos outros. O amor para nós, principalmente no que tange ao próximo, é piada.

É preciso estar comprometido com o amor aos filhos

Uma professora de 38 anos que reside em Votorantim, no interior paulista, ganhou ação no Superior Tribunal de Justiça e será indenizada pelo pai em 200 mil reias por abando afetivo. Os advogados dele vão recorrer. Alegam que o cliente tentou se aproximar da filha várias vezes, mas que a mãe era agressiva com ele e impediu os encontros. Se a professora ganhar também no STF, o caso vai servir de jurisprudência, ou seja, será uma referência para situações semelhantes. O ato do STJ de decidir a favor da filha foi nobre e honroso não que essa indenização vá suprir a falta que este pai fez na vida dela, mais servirá de exemplo para que homens e mulheres pensem bem antes de colocar um filho no mundo e deixá-lo por conta do mundo. E não pensem vocês que dar aos filhos um nome ou provê-los com roupas e alimentos seja sinônimo de cuidado, de afeto ou de amor, é uma mera obrigação pelo ato de gerar uma vida. Dar carinho e amor é estar presente, é participar da educação, é expressar no abraço e nas palavras o afeto. É demonstrar no dia-a-dia atitudes íntegras e corretas, repassando aos filhos o bom exemplo. Negligenciar a prole causa a esta, danos quase irreparáveis, estragos emocionais imensuráveis e mágoas profundas. A indenização neste caso é simbólica, mais ainda assim ela deve existir e mais, ela deveria ser exorbitante, não para enriquecer ninguém e muito menos reparar essas lacunas psicológicas. Mas sim, servir de exemplo, para que antes de colocarmos filhos no mundo, saibamos colocar amor dentro de nós para com eles nos comprometermos.