Traficante adolescente agora pode

O Superior Tribunal de Justiça determinou que adolescentes detidos pela primeira vez, por tráfico de drogas, não podem ser internados. A medida deve reduzir o número de infratores nas casas de internação. Pois é, quando eu vejo retrocessos absurdos como esses cometidos pela Justiça, eu me pergunto, que país é esse? Aonde vamos parar com tanta impunidade? Não me surpreenderia se qualquer dia desses a Justiça abrisse as portas dos presídios e libertassem os bandidos dando-nos justificativas esfarrapadas. Ah tá, mas cabe ressaltar que os juízes não serão obrigados a seguir essa regra. Mas vem cá, os tais recursos não acabam sempre no tal STJ, ou seja, a medida vai sim beneficiar os traficantes. Vergonha não é mesmo? Estamos escancaradamente incentivando a formação de bandidos e com a conivência da Justiça, vale lembrar. E por consequência acabamos por incentivar os demais crimes advindos das drogas. A proteção à menoridade já oferta aos adolescentes uma série de regalias isentando-os de inúmeros crimes, agora dá a eles também a oportunidade de se iniciarem no inebriante mundo do tráfico. Não vai demorar muito para os chefões contratarem seus adolescentes laranjas para realizarem seus trabalhos comerciais tranquilamente. Não vai demorar muito para que as novas gerações se tornem bandidos da pior espécie. Não vai demorar muito para o país mergulhar no abismo sem volta do caos. É... ao que parece a Justiça alfinetou seus olhos de vez.

Dia do ator - 19/08

   Ao colocarmos as máscaras mergulhamos no fascinante universo das interpretações, viajamos por entre mundos, perpassamos infindáveis tempos, transformamos sentimentos, engrandecemos o espírito e transcendemos a sutil essência da alma. 

   Na intensidade de um momento nos evidenciamos soberanos, implacáveis, grandiosos. Criamos realidades paralelas, atemporais e tão perfeitas que acabam por tornassem realidade na sua vida.

   Somos sofredores, altruístas, avassaladores e intensos, mas por vezes quase imperceptíveis.
Somos tão puros e tão imundos, tão alegres e tão tristes, tão criaturas e tão criadores que nos perdemos dentro do infinito que somos nós mesmos.

   Coloridos, preto e branco, sem cor, sem vida, estáticos. Por fim, guiados por uma forma tão sublime que a razão desconhece que a ciência não explica que a filosofia e as religiões não ensinam.

   E em meio a tudo, adentramos no palco do mundo para o espetáculo da vida e simplesmente existimos, acontecemos e ainda que todas as máscaras por nós usadas caiam continuaremos sendo uma espécie irreconhecível, incomparável, imensurável, única e nobremente divina.  

   Pelo simples fato de sermos atores.  

Chantagem pedagógica

Em Arcoverde, no interior do estado de Pernambuco, devido ao baixo rendimento dos alunos, uma escola resolveu inovar e premiar os que tiram notas acima da média. Os alunos têm uma espécie de cartão de pontos que lhes dá direito a prêmios como chocolates, bola, perfume e pendrive. Com a medida, dos 1.400 alunos da escola, 1.026 superaram a nota média. Pois é, esse sistema nada mais é do que comprar os estudantes, um tipo de chantagem pedagógica. A curto prazo ela funciona, anima, levanta a galerinha e reflete bons aproveitamentos  na escola. Pais satisfeitos, professores com a sensação do dever cumprido. Mas pra mim esse não pode e não deve ser o rumo que escolas devem tomar e tampouco com o aval dos responsáveis legais pelo menor. O esforço que resulta em boas notas deveria ser o incentivo seguido do elogio de pais e mestres para fazer do estudante um cidadão educacionalmente instruído e consciente de seus deveres e de seus direitos. Alguma coisa está errada e não são os estudantes. Das duas uma, ou é a família enquanto educa ou os professores enquanto ensinam e não é com prêmios que vamos corrigir o problema.  Não podemos nos pautar em dar mimos, agradinhos aos nossos alunos para que eles exerçam sua função enquanto estudantes, porque quando tais agrados não mais satisfazê-los, faremos o que para salvar a boa Educação?

Mascarando a precariedade de nossa Educação

O Senado aprovou o projeto de lei que reserva metade das vagas de universidades federais e escolas técnicas para o sistema de cotas. Do total de vagas reservadas, metade será distribuída para estudantes com renda familiar de até um salário mínimo e meio. A outra metade vai para alunos negros, pardos e indígenas, de acordo com a população desse grupo de cada estado do país. No caso do não preenchimento da cota racial, as vagas que sobrarem serão ocupadas pelos alunos que vieram de escolas públicas. A lei ainda precisa ser aprovada pela presidente Dilma. Tão absurdo quanto preconceito é dividir o país em cotas, em guetos. É isso o que chamam de democrático? Era só o que faltava o valor que tenho no bolso ou minha cor abrir as portas do Ensino Superior no Brasil. Qualquer estudante seja ele de escola pública ou particular, de qualquer raça, etnia ou seja lá o rótulo que queiram colocar, deve se fazer merecedor para estar dentro das melhores universidades do país e não ser beneficiado por esse sistema preconceituoso, elitista, eleitoreiro, vergonhoso que vem subtrair da população o direito de igualdade e o primordial direito ao ensino público de qualidade mascarando essa defasagem educacional ao criar cotas. Já imaginaram que ocuparão os bancos das melhores universidades do país os alunos vindo inclusive de nossas piores escolas? Não seria mais justo investir numa educação pública tão boa quanto o ensino particular? Não, não é. É mais fácil redigir a lei não é mesmo? Com tanta demagogia não vamos ir muito longe, aliás, vamos nadar e morrer na praia. Formaremos qualquer um a torto e a direito para mais uma vez fazermos jus aos números. Por sorte a notoriedade desse país, em sua grande maioria, não vem dos bancos universitários, porque se viesse, nosso esporte e nossa arte seriam um caos.

Injustiça

É uma pouca vergonha mesmo a Justiça desse país que se omite em seus valores se fazendo valer o que ditam e o que fazem marginais. Porque iniciei meu comentário dessa forma? Por pura indignação e pela injustiça escrachada que chega a ofender a dignidade humano. Vê se pode, no Rio de Janeiro, o juiz Murilo Kieling, da 3ª Vara Criminal, mandou libertar cinco jovens que agrediram o estudante Vitor Suarez, que defendeu um mendigo que era agredido pelo grupo. Para a Justiça não houve tentativa de homicídio e não existem provas de que os réus tiveram intenção de matar Vítor. Cômico se não fosse trágico, como assim não houve intenção de matar? O estudante agredido precisou reconstruir a face por meio de uma cirurgia onde foram colocados 63 parafusos e cinco placas metálicas. Se isso não caracterizar homicídio doloso, o que mais caracterizaria? Tiro? Facada? Ou ser incendiado a exemplo de casos no Brasil? Está tudo errado, tudo pelo avesso. Não sei com base em que os espancadores foram soltos, desde quando esse tipo de gente ordinária e covarde tem o direito de estar em liberdade? Ou seria porque a Lei está ao lado dos que são abastados? São tantos questionamentos que me sinto perdido em meio a uma sociedade onde o crime parece compensar. Ainda bem que ao menos o Ministério Público vai recorrer da sentença, pois eu estava começando a acreditar que a Justiça era cega de verdade.

Lavando a honra do país

Começaram no ultimo dia dois os julgamentos no Supremo Tribunal Federal dos envolvidos no Mensalão, nunca na história desse país vimos tantos figurões juntos julgados pela corte. Márcio Thomas Bastos, ex-ministro da Justiça e advogado de defesa de um dirigente do Banco Rural, até tentou desmembrar o processo de julgamento do Mensalão gerando desconforto entre os ministros do Supremo, Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski. Porém, por nove votos a dois, para o não desmembramento do processo se deu o primeiro dia de julgamento. Os Ministros entenderam que remeter o processo a juízes de primeira instância seria um retrocesso. E seria mesmo, pois dos trinta e oito réus, somente três seriam julgados pelo STF os demais provavelmente levariam mais sete anos até chegarem novamente ao Supremo como já havia ocorrido antes. Uma manobra que penso, recorrem os que têm algo a omitir. Está na hora de colocar tudo em pratos limpos e acabar com essa baderna, com essa arruaça de corruptos que sujam o nome do Brasil nos colocando em evidência a outrem. Nossa Justiça tem que se pautar pela integridade moral e honesta do nosso povo trabalhador e não se inocular e se fazer valer pelo que ditam partidos e seus respectivos políticos. Agora eu espero que essa mesma Justiça se faça julgadora sem acepções, devassando desordeiros, corruptos e criminosos que sujam nossa nação. É preciso que a ordem se faça já para que possamos progredir limpos sem ter nosso nome jogado na lama.

Justiça seja feita

Há mais ou menos um ano o Supremo Tribunal Federal decidiu que quem dirigisse bêbado e causasse acidente não seria julgado como se tivesse tido intenção de matar. Era o que estava faltando para que cada um interpretasse a Lei como bem entendesse, instaurando-se o caos e vindo da corte. Entendo, que se você bebe, dirigi e mata tinha intenção sim de fazê-lo, caso contrário não beberia. O álcool abstrai todas as faculdades psíquico-motoras do ser humano colocando-os a mercê das tragédias. Fora do controle a mente anula do corpo a coordenação para dirigir e disto resultam acidentes. Famílias são desestabilizadas e até mesmo destruídas por atos imprudentes como esse. Foi o que ocorreu com a aposentada paulista Josefa Buenos de Amorim, de 59 anos que havia saído para comprar pão, quando um automóvel invadiu a calçada e bateu em um poste, imprensando-a e matando-a na hora. Resultado: o motorista, Rodrigo Lúcio Velo, de 33 anos, havia bebido o dobro do permitido em lei para quem dirige. Rodrigo foi encaminhado para a delegacia, mas foi liberado pelo delegado de plantão que registrou o caso como homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Curioso, pois a própria Delegacia Geral da Polícia Civil de São Paulo indica que quando o motorista dirigir embriagado assume sim o risco de matar. Conclusão: a família dilacerada pela perda se lamenta ao ver um absurdo como esse em que um bêbado criminoso sai ileso sem nem ao menos pagar pelo erro cometido. Já a justiça se faz cega e não como arquétipo que é o sentido que deveria ter, e sim literalmente, por fechar os olhos enquanto tiram a vida. Resta-nos esperar que o Congresso coloque ordem nesse conflito de interpretações e defina que quem dirigir bêbado, comente o crime intencionalmente e deve por ele pagá-lo. Não que isso vá trazer de novo quem já partiu, mas para que sirva de exemplo, evitando assim que motoristas dirijam bêbados e comentam erros fatais que na maioria das vezes resultam em mortes. Só pra constar, o caso da aposentada foi assumido por outra delegacia e registrado como homicídio doloso, ou seja, com intenção de matar. Justiça seja feita.