À venda

Essa semana algumas pessoas do meu entorno comentaram sobre um suposto leilão na internet onde o produto em questão era a virgindade de uma jovem. Eu achei a história totalmente absurda e fui pesquisar o assunto e não é que a informação procede, e mais, a tal jovem é de Santa Catarina e sua virgindade já atingiu o lance dos US$ 160 mil. Mas essa história não para por ai, uma produtora de filmes australiana está produzindo um documentário para contar a primeira experiência dela e de outro jovem, russo, cuja virgindade também está em leilão.  Segundo a jovem catarinense, o dinheiro arrematado será utilizado na construção de moradias populares na região onde vive. Nobre da parte dela não acham? Só pode ser mesmo o fim dos tempos ou perdemos de vez a vergonha na cara. Como dizia o poeta, as coisas estão se tornando humanas e o humano está virando coisas. Pois é, esta parece ser nossa realidade. Estamos literalmente nos vendendo, conferindo valores ao materialismo inescrupuloso e carrasco. Estamos humanizando objetos e tratando com indiferença o próximo. Estamos afundados na insanidade e nos desprendendo da razão. Desencontramos nosso eixo e aportamos no universo do ego, do voraz ego que passa por cima de tudo e todos para se fazer valer em sua plenitude  soberba e avarenta. A imaculada virgindade, por exemplo, que um dia foi sinônimo de grandeza, de respeito, se faz hoje abocanhada pelo dinheiro. Estamos à venda e expostos na vitrine do mundo, quem der mais leva. E como somos o produto e o vendedor, estamos abertos a negociações espetaculares. É o verdadeiro vale tudo, até mesmo a dignidade. Dignidade? Ah! Já está mesmo em desuso. Por fim, afundados na decadência de nossas almas, formamos uma legião de inválidos que não servem nem para a titica que aduba chão.

Hebe Camargo - Homenagem

Fecham-se as cortinas do palco, apagam-se as luzes, cortam-se os microfones. E desta vez o show não vai continuar. Acabaram-se os sorrisos espontâneos, as deliciosas conversas do famoso sofá da televisão, os selinhos que marcaram época, que viraram moda. Hoje se encerra o reinado da rainha da televisão brasileira, hoje dar-se por fim a história de uma vida cheia de emoções e desafios, cheia de "gracinha". Aos 83 anos de idade, a apresentadora Hebe Camargo, vítima de uma parada cardíaca deixa o palco da vida rumo ao um novo e desafiador espetáculo. A morte tinge de luto a televisão, e os amigos, os familiares, os colegas e os fãs silenciam-se introspectivos relembrando os seus feitos inúmeros com a marca da felicidade de quem cativava de quem fazia de sua arte a alegria dos que admiravam. Vai deixar saudades, quem um dia soube viver! Descanse em paz, Hebe Camargo.

Calando a verdade

Em Florianópolis no estado de Santa Catarina, Isadora Faber, de 13 anos, que ficou conhecida ao divulgar os problemas estruturais e de métodos de ensino da escola onde estuda por meio de sua página no Facebook intitulada “Diário de Classe”, teve que prestar esclarecimentos à polícia após a professora de português fazer um boletim de ocorrência por sentir-se caluniada pela aluna. Segundo a menina: "a professora começou a falar de política na internet e falou que as pessoas que postam coisas da escola em redes sociais são antiéticas e imorais". Pois é a verdade sempre dói aos ouvidos dos que se fazem temerosos e dos hipócritas, é assim em qualquer sociedade e no Brasil é realidade constante. O ser humano em sua caminhada diária possui o chamado livre arbítrio que o torna responsável por suas escolhas. E com ele está associada o que chamamos LIBERDADE DE EXPRESSÃO, assegurada em lei. Fazer uma menina prestar esclarecimento por expressar sua opinião ou dizer, porque não, a verdade, é censurar seu direito constitucional. Porque a direção da escola e a secretaria de Educação não se manifestaram diante da situação? Estão com medo de bater de frente com a verdade? Ou estão amordaçados por seus governantes que não fazem jus a confiança prestada pelo povo e não aplicam corretamente o dinheiro público nas reais necessidades da população, sendo a EDUCAÇÂO PÚBLICA uma delas? É... De fato esclarecer algumas omissões, denunciar o que não esta certo, e isentar-se do sistema geram intimidação por meio dos corruptos e dos criminosos. Enquanto a Educação estiver afundada pela administração pública, hão de fazer de tudo para calar a boca dos que expressam a verdade por meio de sua opinião.

Os egocêntricos

Acham-se o centro das atenções. É que eles precisam sempre se sentir amados, respeitados, ovacionados e quem sabe até a materialização da verdade.  Não erram nunca e tudo que fazem é tão correto que o fazer do outros é sempre insuficiente aos seus olhos. São muito responsáveis e nós somos, é claro, incompetentes. Estão sempre um passo a nossa frente por que são capazes de fazer tudo, ainda que seja para aparecer. Na verdade, gostam de aparecer, é o alimento pra sua autoestima. Precisam ser valorizados e deve estar em evidencia tudo que fazem não que isso lhes acrescente, de fato, algo. Mas, os engrandece o fato de saberem que eles fizeram e nós não. São meigos e carinhosos, é que são humanos, ai tão super-humanos e compreensivos, blá, blá, blá. Por fim, seu egocentrismo devidamente nutrido bate de frente com as contradições da vida. Sentem-se humilhados, inferiorizados, excluídos e maltratados. Mas ainda assim, pensam que são o perigo, que causam medo. O que realmente não sabem, é que são inócuo diante dos olhos dos outros. E por serem a piada, alegram aqueles que deles fazem seu riso.

Condenado por um erro

Um erro do Ministério Público do Rio de Janeiro levou um homem à prisão por pegar um pedaço de frango congelado na empresa onde trabalhava. O caso aconteceu em julho. O ajudante de limpeza Cláudio Gonçalves Pereira, era funcionário de uma empresa terceirizada e trabalhava na cozinha de um centro de pesquisa da Petrobras. Ele e mais dois amigos foram pegos com frango e iogurte na bolsa, foram levados à delegacia e liberados após pagamento de fiança. Segundo eles, os alimentos seriam jogados no lixo, porque estavam impróprios para o consumo. Em nota, a empresa Ultraserve, onde os três trabalhavam, disse que o material não seria descartado e que não estava fora da validade. A Petrobras não quis comentar o caso, e o advogado do sindicato dos petroleiros, que assumiu a defesa dos rapazes, atribuiu a prisão de Cláudio a um erro da Justiça e do Ministério Público, já que a fiança já havia sido paga. A Justiça em nosso país no exercício de seu papel acaba na maioria das vezes usando dois pesos e duas medidas, nesse caso o peso maior sempre cai sobre os que menos têm. Eu não sei se o  mais absurdo nessa história é o erro cometido pela Justiça e pelo MP por prender o  rapaz após este ter pago fiança ou tratá-lo de igual forma como os criminosos que ocupam as grades das cadeias, isso quando ocupam. Chega ser indecoroso nesse país deixar a solta traficantes, políticos corruptos, homicidas, os ladrões de verdade para que respondam por seus crimes em liberdade ou até os isentando de suas sentenças quando o dinheiro valer a pena. Porque a Justiça não comete os mesmos erros e prende aqueles que nos subtraem de nossos direitos quando se trata de Educação, Saúde, Segurança? Porque condenar o homem que saciaria a fome da família com o alimento que certamente pereceria nos aterros, nos lixões? Eu até sabia que a Justiça era cega, mas confesso que fiquei surpreso ao descobrir que agora ela também é burra. 

Inexplicável

No ultimo dia 15, Eduardo Leite, de 24 anos, teve o crânio perfurado por um vergalhão de quase dois metros de comprimento que estava sendo içado na obra em que trabalhava  no bairro de Botafogo, e que despencou de uma altura de 15 metros, deu entrada por volta das 10h30 no hospital municipal Miguel Couto, na Lagoa, zona sul do Rio. A barra de ferro perfurou a região parietal direita de cima para baixo e de trás para frente do cérebro, atravessando o crânio e saindo no meio dos olhos, um pouco acima do nariz. O jovem passou por cirurgia para retirada do objeto e nesta quinta-feira (30) recebeu alta, sem qualquer tipo de sequela, o que os médicos descreveram como um mistério para a ciência. Mistério da ciência ou obra divina? Este sim, para mim, é o grande mistério. Casos extraordinários como esse de tempos em tempos tem ocorrido e eles sempre nos trazem lições acompanhadas de reflexões. Questionamos a ciência, o sobrenatural, as coincidências e adentramos nos mistérios de uma força maior que por alguns é chamada de Deus. E na fé e na certeza que cada um traz consigo delineamos nossas conclusões, sejam por explicações científicas, filosóficas ou religiosas. Procuramos encontrar as respostas, por que somos curiosamente limitados ao nosso agora. Não compreendemos na maioria das vezes o ciclo evolutivo no qual estamos inseridos e que fora perfeitamente, no sentido literal da palavra, traçado por quem ou aquilo que nos criou e que independente dos atropelos, dos acidentes e das circunstâncias as quais nos envolvemos nada sairá daquilo que para nós foi planejado. O mistério que envolve nossa existência é tão complexo que será preciso evoluirmos muito para só então começarmos a compreender “os porquês” e “os para quês” do ontem, do hoje, do amanhã. Uma coisa é certa, nada é por acaso, tudo a seu tempo e milagres acontecem. Se a ciência não explica é porque a ela não compete tal designo. Se a filosofia não questiona é porque lhe falta base. Se a religião não ensina é porque foge a sua compreensão. Porque muitas das respostas que buscamos certamente nos serão dadas um dia e será pela magnífica inteligência que nos criou. Quanto a nós, como dizia a canção: “por mais que tente só vai aonde pisa”.