Tragédia em Santa Maria - RS

Toda grande tragédia choca a humanidade e elas geralmente ocorrem por uma sequência de falhas culminando em desastres. Desastres marcam a história com dor e tristeza, com indignação e injustiças. Eles nos fazem refletir sobre a vida e sobre o que é viver. Santa Maria – RS está vestida de negro coberta pelo luto daqueles cujo domingo a festa não terminou em alegria, em risos de quem se divertia. Agora se investiga o culpado ou os culpados. Quem seria o responsável? Os proprietários que não tinham alvará? A prefeitura por não fiscalizar? A banda? Quem? A Kiss estava cheia de impedimentos: alvará vencido, extintores sem funcionar, saída de emergência insuficiente, pirotecnia sem estar adequada para tal show e até funcionários despreparados que chegaram a barrar quem queria salvar-se por não pagar a conta.  Ou será que a culpa é da legislação que faz vista grossa e não exige rigor para que lugares como esse funcionem? Pois é, ainda que os culpados sejam apontados e condenados por seus atos imprudentes a dor daqueles que perderam os seus entes ficará para sempre. O curioso é que agora no pós-tragédia uma onda de fiscalização avançou pelo Brasil com o intuito de evitar mais acontecimentos como esses. Porque só agora? Porque sempre é preciso que tragédias aconteçam para que façamos o mínimo em prol da vida? Talvez porque valhamos quase nada.

Pela hora da morte

Em Belém, o único cemitério público da cidade enfrente um grande problema, não há mais espaço para sepultamentos. E se por acaso alguém quiser fazê-lo tem que agendar com antecedência para que algum corpo seja exumado. Vê se pode? Segundo a prefeitura, devido a enorme área alagada da cidade, há muita dificuldade em se fazer outro cemitério. Mas o problema não é só em Belém não, morrer hoje em dia custa caro, em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, o metro quadrado de terra no cemitério está mais caro do que nos bairros nobres. O problema maior é que as ações decorridas em função da morte não se limitam apenas ao pedaço de chão onde vai ser enterrado o corpo, há de se arcar ainda com tudo que compõe um velório e está tudo pela hora da morte. O que fazer no momento que não se tem cabeça pra nada? Com a morte, o defunto - tá certo - descansa paz dando início ao tormento dos vivos que sofrem pela dor da perda e pelo peso no bolso. O pior de tudo é que cedo ou tarde ela, a morte, chega. As lágrimas caem e o dinheiro vai.    

Espiando o que?

BBB 2013 vem dá uma “espiadinha” vem. Vem assistir a farsa que prende milhões de espectadores, alguns admiravelmente inteligentes, mas que se alienam por quase uma hora enfrente a telinha para assistirem a um espetáculo sem conteúdo que incita o consumismo, o abuso do álcool, o apelo sexual e as intrigas desmedidas com direito a qualquer tipo de baixaria. Ninguém mais lê ninguém mais vai ao teatro, ao cinema. Não se faz mais nada. O Brasil que já anda a passos de forminha e sem vontade até o Carnaval, agora empaca de vez. Os sem tempo pra nada, ou seja, aqueles que não têm tempo nem pra agregarem cultura a sua vida encontram tempo para o BBB. E a mega produção, sim mega, com direito a tudo de altíssima qualidade inova a cada edição e resolveu colocar ex participantes, alguns deles vencedores e falidos, para conquistarem o público outra vez, pura criatividade. São exibidos na TV corpos atléticos e rostos bem delineados que esbanjam sensualidade estando aptos aos ensaios sensuais em revistas bem “conceituadas”. Enquanto que os comuns ficam assistindo sentados sedentários esquecendo-se de si mesmos. Ouvir dizer que há pessoas que ainda pagam o Pay-per-view, quanto dinheiro jogado fora. Ah! Vão estudar. Mas nossa cultura é assim mesmo, dez meses presos ao futebol e dois ao BBB. Por sorte temos meia dúzia de sábios notáveis inseridos nesse meio inerte, caso contrário, seríamos um país de ignorantes.

Doação de órgãos

Santa Catarina é líder no ranking de transplante de órgãos no país. A média no estado é de 26 doações para cada milhão de habitante, 14 a mais que a média nacional. Tá aí uma boa notícia. Doar, sem sombras de dúvidas é um laço de amor. Conferir ao outro aquilo que já não nos é mais viável é compartilhar amor e transformar a dor da perda em esperança de quem ainda pode viver. Sem a alma que habita nosso corpo, somos apenas matéria a ser decomposta após a morte. Em alguns casos temos a chance, mesmo que mortos, de ajudar quem precisa reacendendo a luz da vida em quem necessita de um órgão para seguir adiante. Porque ainda existem tantas limitações nas pessoas quanto à doação de órgãos? Por qual motivo deixar por terra o que pode ser por outro aproveitado? Egoísmo, receio e falta de informação se transformam em medo e impedem muitas vezes que o ato de doar se torne real. Abra seu coração, procure conhecer o processo de doação, tudo é bem simples. Converse com sua família e deixe ajustada sua vontade de doar seus órgãos. A vida é linda e deve ser vivida seja por você mesmo ou por aquele que você tornou possível que vivesse.

O Brasil que não funciona

O período de férias escolares coincide com o verão e as famílias que costumam viajar, especial para as praias, acabam por gozar das suas junto ao período dos seus filhos. As praias lotam, turistas nacionais e internacionais vão prestigiar e aproveitar o litoral e com eles vêm os sujos, porcos e imundos que pensam que a praia é um grande lixeiro e que basta fazer suas farofadas e acumular lixo e descarta-los ali mesmo nas areias e no mar que tudo bem. “Falo com propriedade do assunto porque moro num bairro cortado por três praias”. Ignorantes e inconsequentes, não param nem por um instante para analisar os danos causados por suas nojeiras. Alteram os ecossistemas e contribuem ativamente para a poluição global. Em sua maioria embriagados, perdem a noção de respeito e qualquer senso de coletividade. Aliás, só não perdem a coletividade do copo, do copo cheio de “cachaça”. Seu repertório musical é variado, nada contra, cada um com seu gosto musical, o problema é o volume exorbitante que tiram o sossego de quem vem para descansar – sinônimo de férias. Com esse tipinho de gente não adianta discutir, é perda de tempo. Denunciar? É o correto. Se alguém vai nos atender isso é outra história, já que no período que se estende até a quarta-feira de cinzas infelizmente o Brasil não funciona.

...Feliz Ano Novo - 2013!

Já raiou o novo Sol, um novo tempo e um novo futuro. O ano de 2013 chegou embalado ao som de fogos que emolduravam o céu enluarado e das clássicas canções cantadas em coletivo pelos desconhecidos que se abraçavam em votos de “feliz ano novo”. Espera-se muito desse novo ano. Que possamos ser prósperos em nossos objetivos, que possamos ser fartos e saudáveis para nossas realizações diárias. Que os governantes possam zelar por nossa Segurança e Saúde. Que a Educação seja valorizada de verdade, e não apenas nas rebuscadas palavras de discursos políticos ou nas campanhas publicitárias. Que a Justiça seja imparcial e faça jus ao seu papel. Que possamos encontrar em nossa sociedade o brilho no olhar dos que cruzamos nas estradas da vida e ter certeza que está valendo a pena seguir adiante. Que a fé nos acompanhe diariamente. Que possamos sorrir ainda mais, brincar ainda mais, amar ainda mais, festejar ainda mais, sonhar ainda mais, realizar ainda mais, cantar e dançar ainda mais, aprender ainda mais. E que os meus leitores possam me acompanhar através do blog e dos livros que estão por vir. Enfim, que em 2013 possamos acima de tudo celebrar a VIDA.

A você que me acompanhou até aqui um ANO NOVO repleto de saúde, amor e paz e imenso de prosperidade.