Vem aí...

Astros e estrelas do mais alto nível, reunidos no dia 28 de março num especial da televisão brasileira para apresentar a nova programação da casa e eu sentei-me enfrente a TV para assistir. Uma mistura genial de talentos num mix que iniciou pela música passou pelo jornalismo, pelo esporte, adentrou a teledramaturgia revelando a magia do cinema e teve seu apogeu com seus mais nobres apresentadores. Isso se chama Rede Globo de Televisão e podem criticar o quanto quiserem, porém, uma coisa é inegável “eles sabem o que fazem, e o fazem com talento”. Inteligentes, buscaram naquilo que eles têm de melhor – o talento de seus profissionais e os recursos tecnológicos – para que o telespectador fosse chamado através de um programa intitulado “Vem aí” para o que a emissora exibirá em 2013. Usando de uma apresentação bem-humorada que procurou entrosar plateia e telespectador condensaram toda sua nova programação em pouco mais de 60 minutos. Há quem diga que tudo é fruto de milhões, discordo. Não adianta ter milhões e não ter as mentes brilhantes que como bem dizem eles “transformam sonhos em realidade”. Realmente a TV Globo sabe o que faz. Agora se o conteúdo que eles produzem não o satisfaz isso é uma questão de opinião, mas esta não os desabona no quesito excelência. Não, eu não estou aqui defendendo tampouco fazendo propaganda da emissora. Estou apenas constatando a grandeza e a qualidade profissional que a TV Globo tem em criar.

O direito de viver

O Conselho Federal de Medicina (CFM) informou, na última quarta-feira (20), que vai solicitar ao Senado que as mulheres tenham autonomia para abortar até a 12ª semana de gestação. De acordo com o Conselho o feto não sente dor até esse período porque o sistema nervoso central não está completamente formado. O presidente do CFM, Roberto D’Ávila, afirmou que o órgão deseja iniciar uma discussão sobre o tema e que outros setores da sociedade se juntem a essa missão. D'Ávila ressaltou, no entanto, que o Conselho não é a favor do aborto, mas que defende a liberdade de escolha da mulher. "Não estamos autorizando os profissionais a fazer a interrupção da gravidez nos casos que não estão previstos em lei. Queremos é que a lei seja alterada", reforçou o presidente do CFM. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e o Movimento Brasil Sem Abordo discordam com a proposta uma vez que o procedimento, segundo eles, está na contra mão da vida. Bom, há uma contradição com relação à posição do CFM ao dizer que não autorizam profissionais a fazerem o aborto mais apoiam que a mulher decida por fazê-lo. Justificam ainda que legalizado evitaria a morte de mulheres que se submetem a procedimentos clandestinos. Mas, e a vida gerada dentro do útero? Está não tem importância? Parece que não. E esse assassinato está sendo ao que tudo indica apoiado pelos médicos, profissionais que deveriam zelar acima de tudo pela vida. Vida, que é um direito garantido desde a concepção pela Constituição Federal. Aqui, nesse caso, fere-se a Lei, fere-se a dignidade de valores, fere-se a humanidade. Espero que a Comissão que discute a Reforma do Código Penal e que analisará a proposta do CFM não aprove o abominável texto sobre o aborto, mesmo porque o direito de viver não pode ser decidido pela escolha irresponsável de quem deveria usar meios anticonceptivos antes de sair pelo mundo procriando como animais irracionais.

Dedos de silicone

No último dia 10, a Guarda Municipal de Ferraz Vasconcelos, na Região Metropolitana de São Paulo - SP, prendeu a médica Thauane Nunes Ferreira, de 29 anos, que trabalha para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - Samu, no momento em que ela marcava o ponto de colegas médicos usando dedos de silicone com as impressões digitais dos respectivos profissionais. Na delegacia ela denunciou o esquema que envolve 31 pessoas sob comando do coordenador do Samu no município, José Cury. A médica vai responder em liberdade por falsificação de documento público. Aonde é que vamos parar com a corrupção infiltrada até mesmo na Saúde Pública, um serviço tão essencial pra sobrevivência humana? Isso aqui é Brasil. País em que uma ré confessa goza de liberdade após atentar contra a vida centenas de pessoas. Sim centenas ou até milhares; já fizeram as contas de quantas pessoas deixaram de ser atendidas ou até morreram pelo não comparecimento desses 31 profissionais? E quantos profissionais honestos tiveram que cobrir a lacuna deixada por estes se privando até do fundamental descanso que restaura as forças para mais um dia de trabalho? E a dita cuja ainda tem a pachorra de argumentar que participava do esquema para manter-se no emprego. Que honesta! Que humana! Olha, casos como esse não deveriam ter perdão e a cadeia seria o melhor lugar para abrigar essa máfia travestida de branco que um dia jurou trabalhar em nome da vida. Mas ao que tudo indica condenação aqui é utopia enquanto que vender a moral passou a ser negócio e dos grandes. Que vergonha!

Ao que parece o crime compensa

Ao que parece o crime, ao menos no nosso país, compensa, a julgar pela pena dada ao ex-goleiro Bruno pelo assassinato de Elisa Samudio. O jogador foi condenado a irrisórios 22 anos e três meses de reclusão o que não satisfez nem a família de Elisa tampouco o Ministério Público de Minas Gerais que vai recorrer da decisão. Na sentença a juíza concluiu que Bruno tinha nítido interesse em matar Elisa demonstrando frieza, dissimulação e ser violento. Sem demonstrar qualquer sentimento o ex-goleiro não se abalou com a pena a ser por ele cumprida. Frio e aparentando indiferença Bruno logo estará às ruas como um cidadão de bem, reerguerá sua vida e usufruirá das regalias que lhe convém. Os vinte dois anos e três meses serão tranquilamente amenizados pelo bom comportamento que o réu irá demonstrar na prisão e pelos seus serviços que lá irá prestar. Ganhará ainda por ser um excelente preso o benefício de cumprir pena em regime semiaberto. Onde está a justiça nesse caso? Ousaria eu a dizer que até assemelha-se a injustiça. E foram três  crimes que levaram a sentença, Homicídio Triplamente Qualificado, Ocultação de Cadáver e Sequestro, vinte dois anos e três meses é pouco não é? Chega a ser quase nada. E assim concluímos: se uma vida vale tão pouco e se as condenações são tão injustas há de se pensar que o crime, ao menos aqui, compensa. 

O caos da Igreja

Mergulhada em escândalos publicamente disseminados, a Igreja passa por seu mais nebuloso período, vem à tona casos de pedofilia, corrupção financeira, dissipação de fiéis e culmina na renúncia do atual Papa - seu líder máximo. A Igreja ainda sente-se pressionada a modernizar-se e a aceitar novos conceitos, novos estilos como, por exemplo, o casamento de homossexuais. É como na Idade Média, na Caçada as Bruxas, só que agora quem padece é a Igreja. Enfraquecida a Igreja que agrega milhões de pessoas no mundo inteiro se vê perdida e sem rumo em meio a escândalos e teme ser sacramentada pelo julgamento de seu rebanho. Espera no novo Papa um upgrade para alavancar seus princípios, seus valores, sua fé. Conseguirá? Quem sabe. Só que para isso precisará separar e punir seus líderes, pastores, sacerdotes desviados pelos pecados que sujam seu nome e mostrar a seu povo que está a serviço de Deus. É certo que a Igreja nunca foi santa, mas mergulhada no caos que se encontra nos dias atuais nunca esteve. Alguns julgam ser esse o princípio do final dos tempos. Mas eu particularmente penso ser a materialização do homem que assassina o amor, corrompe a fé e destrói seus valores.