Nos últimos dias, a contar dos protestos iniciados pelo aumento no valor da passagem do transporte público, vimos o povo brasileiro despertar do silêncio e da acomodação para as manifestações que tomaram proporções notáveis no Brasil e no Mundo. Por todo o país, os filhos desta nação foram às ruas mostrar sua cara, sua indignação ao colapso estrutural em que se encontra o Brasil. Nossa indignação não vem de agora, veio do ontem e a cada dia foi se acumulando dentro de nossas gargantas e lentamente nos sufocando até eclodir ao sabermos de absurdos como o superfaturamento nas construções para a realização da Copa do Mundo. É inaceitável um país rico como o nosso cobrar impostos tão exorbitantes, investir bilhões no Mundial e pecar vergonhosamente na Educação, Saúde, Segurança, Transporte seja ele aéreo, portuário, rodoviário ou público. Possuir hospitais sucateados, escolas depredadas, manter seus cidadãos reféns do crime e da bandidagem, possuir tráfego aéreo caótico, estradas e rodovias intrafegáveis e possuir um grande número de miseráveis que não tem nem mesmo o que comer. Nossos gritos de manifestação vão além dos 20 centavos, eles refletem a carência de um povo subjulgado nas mãos de políticos desonestos e desonrosos e de uma política que visa privilegiar sua banda podre. Os gritos desses revolucionários emanam um recado claro e consciente das massas que clama por uma transformação social e que tem a democracia a favor de sua luta. Necessitamos de mudanças urgentes e repudiamos quaisquer tipos de corrupção como tantas que seguem sem julgamento e sem condenações. E até mesmo condenações memoráveis como as dos réus do Mensalão - um dos maiores escândalos de nossa história - parece querer terminar como o dito popular “em pizza”, pois o governo está articulando a vergonhosa manobra para reverter à condenação por intermédio da PEC-37 que quer subtrair do Ministério Público seu poder investigativo. E ainda, a PEC-33 em que o Congresso teria de aprovar as chamadas súmulas vinculantes do STF, mecanismo que determina que as decisões da Corte devam ser seguidas pelas demais instâncias. Nem irei citar a tal “cura gay” e o Estatuto do Nascituro (a conhecida bolsa estupro) tamanho disparate de que tratam os temas. Nosso país, seus políticos e governantes precisam exaurir-se do obscuro legado da política e mudar os paradigmas que regem nosso país, enxergando que grandes mudanças começam com Educação de qualidade isenta elitismos e partidarismos. Porque quando tivermos instrução de alto padrão mudaremos conceitos que nos tornam fracos, mesquinhos e ignorantes. É por isso que manifestar nossos anseios e formar correntes pacíficas de discussões coerentes faz nossa luta legítima. Mas lembrem-se, as manifestações não podem se limitar as ruas é precisam que elas se reflitam nas urnas durante as eleições. Pois se somos um país democrático, todo o poder emana de nosso povo e somos nós os responsáveis por aqueles que nos governam. É hora de acordar e ir à luta, para que o grito não tem sido em vão.