Divórcios estão em alta na moderna sociedade. Eles são
gerados pelo conflito de ideias entre os parceiros, resultantes do acúmulo de
diferenças associadas ao desrespeito um para com o outro eclodindo num
emaranhado de desentendimentos que acabam em separação. Em muitos casos o amor
vira ódio ou continua sendo amor, porém obsessivo. A ladainha começa a ser
rezada no entorno onde o casal convivia. De um lado a mulher e os seus do outro
o homem e os seus, cada qual defendendo seus interesses, ou melhor, seu ego.
É... É que tudo gira entorno dele - do ego - ainda mais quando a relação não
termina em comum acordo e o rompimento se dá porque uma das partes não consegue
mais sustentar o relacionamento. Ainda
como quem reza um terço, que mais parece um circo, a palhaçada toda segue para
os meios judiciais, vem delegacia, advogados, juízes e as tais decisões legais.
Nestas, uma das partes será privilegiada e a outra amargurada em seu recalque.
Até aí tudo bem, pois o caso foi da alçada dos adultos. E gente grande tem mais
é que resolver seus problemas, doa a quem doer. O problema maior é quando o
relacionamento rompido um dia gerou frutos. Está certo que em muitos casos tudo
se resolve numa boa e ambas as partes conseguem viver muito bem com sua prole
seguindo os acordos firmados. Mas, e quando a prole é diretamente envolvida na
conversa de gente grande? Eu, por exemplo, tenho conhecimento de um caso em que
os filhos ouviam insultos e desavenças protagonizados pelos pais. O genitor
usava de palavras de baixo calão e atitudes insanas para denegrir diante dos
filhos a mãe. O mesmo ensandecido por não aceitar o fato de a ex estar bem, seguia-a,
inclusive em lugares públicos, para pressioná-la em suas atitudes sociais, difamando-a
e fazendo ameaças até mesmo de morte. Sentindo-se impressionada com os fatos a genitora toma a filha aos braços e muda-se de bairro – por medo do que o ex
possa fazer e deixa o filho com ele, o que pra mim é um erro. Devidamente
instalada – um mês depois – ela retorna para buscar seu filho e o ex não
permite que a mesma o leve precisando que a polícia interfira para que a mãe possa
gozar da guarda dos menores, guarda esta determinada judicialmente. Há de se
analisar muito bem esse fato tendo em vista exclusivamente o lado dos menores,
afinal eles são da responsabilidade dos adultos. Não precisa ser psicólogo para
saber que as cabeças desses pequenos estão atordoadas com os acontecimentos e é
nesse ponto que se deve trabalhar muito bem toda a história no desenvolvimento
psicológico dos mesmos. Abordar os porquês de toda a situação. Veja bem, pai e
mãe aqui defenderão seus interesses, sejam eles quais forem e poderão inclusive
usar as crianças como arma para vencer o que lamentavelmente consideram uma
guerra. A mente dos pequenos não pode ficar bombardeada com insultos de uma
parte para com a outra e muito menos esses pequenos estarem sendo usados como
bode expiatório de ambos os lados como se fossem pombos-correios. Toda criança
é muito observadora e percebe com facilidade tudo a sua volta podendo internalizar
as desavenças e os desamores entre os pais gerando dentro de si algo
irreparável. Que a lição sirva para muitos que queiram unir as escovas e
principalmente para os que querem gerar descendentes. Tudo é lindo quando
estamos nos beijos e abraços. Mas é preciso pensar no amanhã com os pés bem no
chão. Porque filhos precisam ser criados na base do amor, da confiança e da
sinceridade. Criá-los envolvendo-os nos conflitos é causar dentro de suas mentes
danos perigosos que quando adultos podem tornar-se obscuros. E para isso,
infelizmente, não existe cura.