PEC 33

Por 11 votos a oito, a PEC 33, que reduzia a maioridade penal de 18 para 16 anos em casos de crimes hediondos foi rejeitada pelos parlamentares da Comissão de Constituição e Justiça do Senado no último dia 19. A PEC 33 altera a redação dos arts. 129 e 228 da Constituição Federal, acrescentando um parágrafo único para prever a possibilidade de desconsideração da inimputabilidade penal de maiores de dezesseis anos e menores de dezoito anos por lei complementar. Mas, a pergunta é: o que levou onze senadores votarem contra um clamor de mais de 90% de brasileiros? Tal rejeição ao projeto de lei é um retrocesso social. E os argumentos apresentados por nossos parlamentares chegam a ser risíveis ao cidadão de bem. Para eles – os onze parlamentares - os crimes de estupro e homicídio, por exemplo, não são suficientes para imputar penalmente nossas crianças e adolescentes como adultos. Vejam bem, se um menor é capaz de cometer um estupro, extorquir e até mesmo apoderar-se de uma arma e matar, por que não pode ser julgado como adulto? Está agindo como criminoso e pior: SABE O QUE ESTÁ FAZENDO E FAZ PORQUE SABE QUE A LEI O PROTEGE. Não reduzir a maioridade penal é como ser conivente com as barbáries que tais “crianças e adolescentes” comentem. Mas, a culpa disso é nossa. Somos nós que colocamos os políticos em seus postos, é com o nosso voto que eles chegam até lá e já deu pra perceber que ELES não estão trabalhando pelos interesses do povo não é mesmo? Lamentável tal decisão que deixa o caminho livre para as injustiças e nos remete mais uma vez a impunidade.

Segue abaixo os nomes dos parlamentares a favor e contra a PEC 33:

Contra a PEC 33, contra a redução da maioridade penal:

José Pimentel (PT-CE)

Gleisi Hoffman (PT-P

Anibal Diniz (PT-AC)

Inácio Arruda (PCdoB-CE)

Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)

Randolfe Rodrigues (PSOL-AP)

Eduardo Suplicy (PT-SP)

Eduardo Braga (PMDB-AM)

Angela Portela (PT-ES)

Roberto Requião (PMDB-PR)

Lúcia Vânia (PSDB-GO).

A favor da redução da maioridade penal estavam:

Pedro Taques (PDT-MT)

Ricardo Ferraço (PMDB-ES)

Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)

Romero Jucá (PMDB-RR)

Armando Monteiro (PTB-PE)

Magno Malta (PR-ES)

Cícero Lucena (PSDB-PB)

Cyro Miranda (PSDB-GO).

O beijo gay de Amor à Vida

Trinta e um de janeiro de 2014, a TV Globo exibe o último capítulo de Amor à Vida e com ele o primeiro beijo gay em suas telenovelas. Walcyr Carrasco assina a trama dirigida por Wolf Maya. A repercussão de como seria o último capítulo me levou a assisti-lo, logo eu que nunca assisti a citada novela ainda que soubesse de sua fama pelas redes sociais e meios de comunicação e também pela notoriedade do “Félix”. E será com base nesse último capítulo e nas informações retiradas da mídia e ainda na explicação de minha amiga Fernanda que embasarei meu comentário e consequentemente minha opinião. Primeiro: gostei do último capítulo de Amor à Vida, bem elaborado apesar dos famosos clichês de finais de novelas como casamentos, gravidez, morte de vilão e a aura de felicidade.  Segundo: a cena que deu fim a trama foi espetacular e hollywoodiana, uma fotografia perfeita digna de cinema com uma belíssima interpretação dos atores Mateus Solano e Antônio Fagundes numa cena emocionante cujo amor se sobrepôs o orgulho e a arrogância dos personagens e especial do vivido por Fagundes. Terceiro: a chocante morte da personagem vivida por Vanessa Giácomo, que muitos devem ter gostado. De fato a cena foi boa, mas será mesmo que ela merecia tal morte uma vez que ficou bem claro que ela foi vítima de toda a história e toda sua reação se deu através de sua perturbação psicológica? Quarto: o repercutido beijo gay, é nesse ponto que vou me ater. Então vamos lá! Parem com essa hipocrisia de que o beijo foi lindo e blá-blá-blá  porque a grande maioria que hoje diz isso não aceita situação similar ao verem dois gays em praça pública se beijando, julgando-os de pervertidos, asquerosos, imorais ou coisa pior. A grande maioria emocionada com a tal cena não levanta bandeira branca aos homossexuais, pelo contrário, fazem piadinhas e falácias por de trás da comunidade GLS num moralismo exacerbado que chega a doer nos ouvidos e na alma. E mas, garanto que se tivessem um filho gay não aceitariam a situação debaixo do seu teto. Eu apoio tudo, acho preconceito coisa pra gente ignorante sem acesso a informação e repudio aqueles que o praticam. Amor à Vida sim quebrou um tabu no que tange a telenovelas da TV Globo, pois a emissora já havia mostrado um beijo similar em um seriado da casa e outra emissora – o SBT – já exibiu em Amor e Revolução o tal beijo. Mas, vale acrescentar que Walcyr Carrasco soube elaborar bem o contexto que quebrou o tabu escrevendo uma bela cena que ganhou o brilho especial do talento de dois bons atores ( Mateus Solano e Thiago Fragoso). Já era hora de incluir cenas como essa na teledramaturgia mesmo porque é a realidade da sociedade moderna, não que a homossexualidade não existisse no passado, porque desde que o mundo é mundo ele existe. Então pessoal se apoiam e se curtiram tal cena numa novela brasileira hajam com naturalidade porque ficar dizendo por ai que tudo foi lindo e maravilhoso e depois agir de forma contrária e tão desnecessário quanto secar gelo.